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Tolerância, Justiça e Liberdade

 

Nos últimos dias, Lisboa tem sido palco de intensos tumultos e confrontos, especialmente nos bairros periféricos como o Zambujal e a Cova da Moura.

 

Estes episódios de violência e desordem, que começaram após a morte de Odair Moniz, um residente local, em circunstâncias ainda por esclarecer, geraram uma onda de indignação e revolta entre os moradores dos bairros.

 

O incidente envolveu uma intervenção da Polícia de Segurança Pública (PSP) que terminou com um disparo fatal.

 

Neste contexto, é fundamental refletir sobre a necessidade de justiça, liberdade e segurança, sem deixar de lado a importância da tolerância e do diálogo entre todos os envolvidos.

 

A necessidade de justiça é central para que a sociedade possa processar o que ocorreu e seguir em frente.


O incidente que resultou na morte de um cidadão português gerou diversas versões e interpretações.

 

Por isso, é imperativo que a investigação seja rigorosa e imparcial, para que se esclareçam as circunstâncias do sucedido e se possam apurar eventuais responsabilidades, caso existam.

 

A confiança nas instituições depende da transparência e do compromisso com a verdade, e o apuramento dos factos é essencial para que todas as partes envolvidas sintam que a justiça está a ser feita.

 

Simultaneamente, a polícia desempenha um papel crucial na garantia da segurança e na manutenção da ordem pública.

 

No cumprimento do seu dever, os agentes da PSP enfrentam frequentemente situações difíceis, nas quais é necessário tomar decisões rápidas para proteger a sua própria integridade e a dos cidadãos.

 

Assim, é importante reconhecer que a intervenção policial é um componente vital para assegurar a tranquilidade nos bairros mais vulneráveis.

 

A análise crítica dos eventos deve, portanto, ser equilibrada, sem precipitações que prejudiquem a imagem dos agentes antes da conclusão das investigações.

 

A polícia, ao agir em situações de risco, precisa de ser respeitada e apoiada, desde que se actue de acordo com os princípios do Estado de Direito e da proporcionalidade.

 

No entanto, o direito à liberdade e à manifestação é igualmente essencial.

 

As populações destes bairros têm o direito de expressar a sua dor e frustração perante situações que consideram injustas.

 

No entanto, estas manifestações precisam de ocorrer de forma pacífica, sem ceder à tentação da violência, que apenas agrava o sofrimento de todos.


A liberdade de protestar é um pilar da democracia, mas deve ser exercida com responsabilidade, respeitando o bem comum e evitando a destruição de propriedade pública ou privada.


 

 

Este equilíbrio entre o direito de protesto e a necessidade de manter a ordem é delicado, mas crucial para a convivência social.

 

Para além da justiça e da segurança, há um valor que se revela indispensável neste momento: a tolerância.

 

A resolução deste conflito passa pela capacidade de todas as partes ouvirem umas às outras.

Os bairros periféricos de Lisboa, com a sua diversidade cultural e histórica, devem ser espaços de diálogo e de compreensão mútua.

 

A tolerância implica o reconhecimento das diferenças e o respeito pelo próximo, mesmo em tempos de grande tensão social.

 

Apenas através deste esforço colectivo será possível construir uma convivência mais harmoniosa, onde a justiça seja assegurada, a liberdade respeitada, e a segurança garantida.

 

Portugal, e em particular Lisboa, enfrenta, neste momento, um grande desafio, que não se limita ao restabelecimento da ordem pública, mas que envolve, acima de tudo, a construção de um futuro onde a justiça seja imparcial, a liberdade seja plena e a segurança seja assegurada a todos.

 

Esse futuro só será possível se todos, moradores, autoridades e restante sociedade civil se comprometerem com um diálogo aberto e com uma prática constante de tolerância.

 

A paz e a compreensão mútua não surgirão de forma imediata, mas, com o esforço de todos, poderão ser alcançadas, trazendo estabilidade e esperança ao País.

 

 

24 de Outubro de 2024, a Oriente de Portugal, XV Grão-Mestre da Grande Loja Nacional Portuguesa

 

(Nuno Tinoco Ferreira)


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